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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Motoristas mulheres da Uber poderão aceitar apenas passageiras

Por Rafael Gregorio, Valor Investe — São Paulo
 
Motoristas mulheres da Uber poderão aceitar apenas passageirasMotoristas mulheres da Uber poderão aceitar apenas passageiras
Unsplash
As motoristas mulheres da Uber poderão aceitar viagens apenas de passageiras também mulheres.
A empresa anunciou que o aplicativo passará a ter um botão – batizado de U-Elas – que poderá ser acionado e desligado a qualquer momento e sem custos adicionais para mostrar apenas pedidos feitos por usuárias, segundo a Uber.
A ideia é aumentar a sensação de segurança das motoristas, de olho em tornar o serviço mais convidativo para elas.
A novidade começa em novembro, em modo de teste, em Campinas (SP), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE).
E o pano de fundo é a intenção da companhia de ampliar a reduzida proporção feminina na frota.
O recurso U-Elas permitirá a motoristas mulheres da Uber aceitarem chamados apenas de passageiras — Foto: DivulgaçãoO recurso U-Elas permitirá a motoristas mulheres da Uber aceitarem chamados apenas de passageiras — Foto: Divulgação
O recurso U-Elas permitirá a motoristas mulheres da Uber aceitarem chamados apenas de passageiras — Foto: Divulgação
Atualmente, dos cerca de 600 mil motoristas cadastrados, só 6% são mulheres, segundo a empresa – número muito menor que os 42% de mulheres na força de trabalho do país, segundo dados do IBGE.
E, no futuro, a ideia é ir além e permitir que as passageiras também possam acionar apenas motoristas mulheres, segundo Claudia Woods, diretora-geral da Uber no Brasil.
As novidades foram anunciadas pela empresa nesta quinta-feira (24), em São Paulo, e são o chamariz de uma campanha de educação financeira para mulheres chamada #elasnadireção.
A iniciativa é uma parceria da Uber com a Rede Mulher Empreendedora (RME), que desde 2009 promove ações para capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social e combater a desigualdade de gênero.
“As mulheres estão empreendendo mais, é um movimento que não tem volta. Em São Paulo, 52% dos CNPJs são de mulheres. O que precisamos é de iniciativas para ajuda-las a gerar renda e negócios”, afirmou Ana Fontes, fundadora da RME.
Ela completa: “Quando você dá independência financeira para a mulher, você rompe o ciclo da violência”.
Segundo dados da entidade, embora 38% das mulheres que empreendem tenham no negócio o principal sustento de suas famílias; só 34% delas se sentem capazes de realizar planejamentos de negócios (contra 50% entre os homens), e apenas 28% se dizem seguras para tomar decisões financeiras (contra 47% entre os homens).
“Como consequência, temos inúmeros casos de mulheres que tiveram problemas financeiros porque delegaram decisões a outra pessoa, normalmente um homem, normalmente o parceiro”, completou Ana.
A campanha inclui medidas como:
  • parceria com a locadora Localiza para oferecer condições exclusivas de acesso a carros nas três cidades-piloto do projeto, como preços inferiores de aluguéis e não-exigência de cartão de crédito;
  • disponibilização de atendentes mulheres para o suporte técnico nos diversos canais da Uber, ao encontro, segundo a Uber, de um desejo manifestado pelas motoristas de poderem tirar dúvidas com mulheres;
  • palestras e cursos online sobre empoderamento e educação financeira, com curadoria da RME e da economista Gabriela Mendes, com “pílulas de conteúdo disponibilizadas no YouTube e no WhatsApp”, segundo Claudia;
  • “renda mínima” nas cidades-pilotos: “Estamos garantindo entre R$ 1.500 e R$ 1.600 nas primeiras cem viagens das novas motoristas mulheres”, explicou.
Segundo a diretora-geral no Brasil, as medidas visam atingir um objetivo final ainda mais customizado.
“Vocês devem estar se perguntando: e quando as usuárias vão poder escolher também só chamar motoristas mulheres? Esse é nosso objetivo final, mas não dá para atingi-lo com apenas 6% de motoristas mulheres."


fonte: valor economico 

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