Ainda não amanheceu aqui, apesar de já ser 4h15. Existir carrega possibilidades de crescimento. Todos somos limitados em algum campo. Aprendemos até o último suspiro. Sou corrigido incessantemente e isto é bom. Quando alguém nota uma falha e a indica, aceito e acato. Tenho alunos bons e críticos na Unicamp. Eles são questionadores e isto é parte essencial da formação de um professor. Tive bancas que avaliaram meus trabalhos acadêmicos e fizeram críticas, todas honestas e corretas. Nos congressos acadêmicos, há o bom hábito de ouvir dos pares a frase tradicional: seu trabalho é bom, mas... A adversativa mas introduz a crítica. Hoje sou menos ruim porque fui criticado. Quando isso é feito de forma clara e educada, é um privilégio. Pode doer no meu narciso, mas meu narciso é inferior ao conhecimento. Ficar incomodado por uma crítica verdadeira (como já fiquei) é sinal de dupla deficiência: naquilo que errei e na própria falta de maturidade.Muitas críticas são excelentes.
Há a crítica ruim. Ela nasce da não leitura atenta do texto ou da fala, nasce do ressentimento, da grosseria gratuita e da dor do crítico. Sou frequentemente atacado pelo que eu não disse ou pelo que uma pessoa imagina que eu tenha dito ou por uma frase perdida no contexto. Sempre achei que deveríamos, por vezes, limitar a exposição pública de uma crítica não por humildade, mas por vaidade, para não trazer ao mundo minha dor. De repente, de algum lugar, alguém me insulta e berra: quem é você, seu idiota, para dizer isto? A resposta é óbvia: não sou ninguém, tal como você, mas tenho ideias claras sobre onde está minha dor e sei que você não é a causa dela. Sou um anão buscando diamantes na mina. Por que você insiste em ser a madrasta que pergunta a mesma coisa ao espelho e não tolera o que ele diz?
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Texto de Leandro Karnal no Facebook, bom para reflexão
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