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sexta-feira, 22 de março de 2019

Estagiário suspende audiência porque precisava estudar para provas da faculdade

Estagiário suspende audiência porque precisava estudar para provas da faculdade


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Charge de Gerson Kauer
Imagem da Matéria
O estagiário Francisco Bruno Nobre de Mello, que atua na 6ª Vara Criminal da Justiça Estadual de Fortaleza (CE), suspendeu a realização de uma audiência no órgão jurisdicional, fundamentando que precisava estudar por estar em semana de provas em uma faculdade da capital cearense.
Na certidão oficial assinada pelo próprio Francisco Bruno, no último dia 15 de março, consta que a medida é assegurada pelo próprio Tribunal de Justiça do Ceará, garantindo a dispensa de servidores em períodos de avaliação na universidade.
A certidão afirma que no dia audiência não haveria substituto para realizar o trabalho feito por ele. E nada certifica sobre a presença ou ausência do juiz na solenidade. O documento encontra-se anexado aos autos de uma ação penal contra fraudes que tramita na Justiça cearense - desde o ano de 2009.
Estupefação e contentamento
Madame Tartaruga Jurisdicional Gaúcha promete deslocar-se à capital cearense para acompanhar e prestigiar tamanho ineditismo.
Ela ainda não sabe se haverá alguma comemoração, quando a ação penal, nas próximas semanas, completar seu décimo aniversário de tramitação.
Todo o poder aos estagiários
A revelação – com detalhes - do crescimento jurisdicional da estagiariocracia foi feita pelo Espaço Vital em 2011. Na ocasião, entre outros fatos, publicou-se aqui um artigo assinado pelo procurador de justiça Lenio Streck (atualmente aposentado).
Na ocasião, Lenio anteviu que “os estagiários ainda não assumiram o poder porque ainda não estão bem organizados”.
Por isso, o articulista sugeriu que eles “aderissem à CUT”, para que, sem demora, aparecessem muros pichados com a frase “TODO O PODER AOS ESTAGIÁRIOS”.
No arremate daquele texto veio afirmado que...
(...) “Os estagiários dão sentenças, fazem acórdãos,
redigem pareceres, elaboram contratos de licitação,
revisam processos... Vão ao banco. Sacam dinheiro.
Possuem as senhas. Eles assinam eletronicamente
documentos públicos. Eles decidem. Têm poder.
Eles estão difusos na República. Por vezes, invisíveis.
Jamais saberemos quantos são. E onde estão”.
Contraponto
Na manhã desta quarta-feira, o Espaço Vital tentou contato com o presidente do TJ-CE, desembargador Washington Luis Bezerra de Araújo. Não houve retorno, a tempo de inserir a versão da corte, até o fechamento desta edição extra.
Quando o tribunal se manifestar, será feito o registro.

fonte: espaço vital

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