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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Proposta de ministro de gravar conversas entre advogados e presos é contra a lei

Proposta de ministro de gravar conversas entre advogados e presos é contra a lei

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Leonardo Castro de Bone, Advogado
Publicado por Leonardo Castro de Bone
há 7 horas
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Proposta de ministro de gravar conversas entre advogados e presos contra a lei
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, defendeu a gravação de conversas entre advogados e presos em penitenciárias de segurança máxima. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o constitucionalista afirmou que essa é uma forma de cortar a comunicação de líderes de facções criminosas com os demais integrantes das organizações e, consequentemente, enfraquecê-las. Segundo ele, a medida é tomada em prisões de outros países.
Contudo, advogados ouvidos pela ConJur repudiaram a sugestão de Moraes. De acordo com os especialistas, a proposta viola a Constituição Federal e o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994). O artigo 133 da Carta Magna estabelece que o advogado é “inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão”. Já essa norma, em seu artigo 7º, determina que é um direito do advogado “a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia”.
Em nota, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa apontou que “em vez de se concentrar nas questões reais do problema [do sistema carcerário], o ministro decidiu criminalizar uma categoria profissional inteira”.
Segundo a entidade, “o fato de o preso pertencer a uma facção não coloca seu advogado automaticamente no banco dos réus”. Além disso, o IDDD disse ser “lamentável o uso demagógico e populista do momento para a assacar contra a credibilidade da advocacia brasileira, que há muito luta, em sua esmagadora maioria, por um sistema prisional mais humano e consentâneo com a lei”.
Para o jurista Lenio Streck, que é colunista da ConJur, a ideia de Alexandre de Moraes é “absolutamente” contra a Constituição. “O que o nosso ministro quer é graduar as inviolabilidades de acordo com as circunstâncias. Porém, o advogado tem inviolabilidade com seu cliente em todas as circunstâncias. Até o porteiro do Supremo Tribunal Federal iria declarar essa proposta inconstitucional.”
Já o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil José Roberto Batochio, o pai do Estatuto da Advocacia, classificou a proposta de “franca agressão à prerrogativa básica” da profissão. “Se continuarmos nessa progressão, o próximo passo vai ser acabar com o sigilo do confessionário do padre, do consultório do psiquiatra, do ginecologista, do urologista. Essa ideia é um nonsense total”, criticou.
Na opinião do criminalista Marcelo Feller, a conversa entre advogado e cliente só pode ser gravada se houver fortes indícios de que o profissional está envolvido na prática de crimes. Mesmo assim, a medida depende de requerimento da polícia ou do Ministério Público e de autorização judicial. “Não se pode gravar toda e qualquer conversa de um advogado com seu cliente. É espantoso que um constitucionalista tenha uma ideia dessas”, declarou Feller, fazendo menção ao fato de que o ministro da Justiça é professor de Direito Constitucional da USP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A proposta “é uma temeridade e, pior, de cunho discriminatório”, afirma o criminalista Fabrício de Oliveira Campos, sócio do escritório Oliveira Campos & Giori Advogados. Num lapso de baixo "policialismo", segundo ele, a fala agrega aquela concepção pedestre que coloca num mesmo patamar o advogado e seu cliente, além de nivelar o cliente desse advogado à percepção genérica de pessoa perigosa.
“Reduzidos a essa margem, o direito ao advogado e a inviolabilidade do sigilo profissional tornam-se descartáveis. Além disso, a proposta coloca o advogado e sua atividade como ameaças ao poder do estado e à segurança pública, bem no molde dos discursos totalitários.”
Violação de Moro
O juiz responsável pela operação "lava jato" em Curitiba, Sergio Moro, desrespeitou, em 2016, a inviolabilidade profissional de Roberto Teixeira, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do seu escritório.
Moro quebrou o sigilo telefônico do petista, mas também de Teixeira e do telefone central da sede do escritório dele, o Teixeira, Martins e Advogados, que fica em São Paulo. Com isso, conversas de todos os 25 advogados da banca com pelo menos 300 clientes foram grampeadas, além de telefonemas de empregados e estagiários da banca.
A interceptação do número foi conseguida com uma dissimulação do Ministério Público Federal. No pedido de quebra de sigilo de telefones ligados a Lula, os procuradores da República incluíram o número do Teixeira, Martins e Advogados como se fosse da Lils Palestras, Eventos e Publicações, empresa do ex-presidente.
De nada adiantaram os dois ofícios enviados pela Telefônica em fevereiro e março ao juiz Sergio Moro informando que ele havia autorizado a interceptação do telefone central do escritório Teixeira, Martins e Advogados. O responsável pelos processos da operação “lava jato” em Curitiba enviou um novo documento ao Supremo Tribunal Federal dizendo que a informação só foi notada por ele depois que reportagens da ConJur apontaram o problema.
Intimidade devassada
Na entrevista à Folha, Alexandre de Moraes também criticou o fato de se permitir “visita íntima [a líderes de facções] sem que o Estado possa filmar”. Na opinião do presidente do IDDD, Fábio Tofic Simantob, a sugestão de que os encontros amorosos de detentos sejam gravados é “voyeurismo estatal”.
“Essa espécie de voyeurismo estatal é mais uma medida demagógica do governo, viola mais um direito do preso e de sua família e segue na mesma política fracassada de violação da lei que nos trouxe para o caos que estamos.”
“É a mesma coisa de colocar câmeras dentro dos banheiros dos colégios: ilegal e inconstitucional”, avaliou Lenio Streck. A seu ver, o ministro pode até propor o fim das visitas íntimas para presos de alta periculosidade. No entanto, se elas são permitidas, é inadmissível que o Estado queria saber o que se passa nelas.
Irônico, o advogado afirmou que, em vez dessas propostas, Alexandre de Moraes poderia proibir o celular nos presídios — que são ilegais, mas facilmente encontrados em qualquer estabelecimento desse tipo.
Nessa mesma linha, Marcelo Feller destacou que a sugestão “parece piada”. “É tão surreal a proposta que chega a ser cômica.”
Modelo de quê?O ministro da Justiça ainda apontou o sistema penitenciário de São Paulo como um modelo a ser seguido com relação ao trato de líderes de facções criminosas. Contudo, a maior facção do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), surgiu em presídios paulistas na década de 1990. De lá pra cá, a organização fortaleceu-se e expandiu suas atuações para diversos outros estados.
Mais uma vez, Streck ironizou a declaração de Alexandre de Moraes: “Se o conceito de modelo é quem criou [as facções criminosas], então o ministro está certo”. Também sarcástico, Tofic Simantob disse que “o estado de São Paulo é um modelo muito eficiente de como fortalecer o crime organizado dentro do presídio e produzir uma facção criminosa de alcance nacional”.
Pior: tudo indica que o governo paulista tem um acordo “por baixo dos panos” com o PCC, lembrou Marcelo Feller. Conforme o pesquisador da Universidade de Cambridge (Inglaterra) Graham Willis, a taxa de homicídios do estado (atualmente de 8,73 homicídios por 100 mil habitantes) só caiu na década passada porque São Paulo, via pacto de não agressão, deixou que a facção dominasse as favelas.
Batochio argumenta que o modelo a ser seguido não é o de São Paulo, e sim o desencarceramento. Segundo o ex-presidente da OAB, a prisão deve ser reservada apenas para os criminosos perigosos. Somente assim será possível evitar a superlotação dos presídios e massacres como os ocorridos em ManausBoa Vista e Patos (PB), que “degradam a imagem do Brasil no exterior”.
Feller tem visão semelhante e defende que o foco não seja a punição, mas a ressocialização dos detentos. Se há um modelo estadual a ser seguido, sustenta, é o do Espírito Santo, que investiu em audiências de conciliação, educação dos presos e reinserção deles no mercado de trabalho. Dessa forma, o estado, que tinha o sistema carcerário mais superlotado em 2003, passou a ser o último nesse ranking em 2014, como informou a Folha.
Mais presídiosEm reação aos massacres nos presídios, o presidente Michel Temer prometeu repasses de R$ 800 milhões para a construção de, pelo menos, uma nova penitenciária em cada estado, além de cinco novas cadeias federais para criminosos de alta periculosidade.
Na mesma linha de seu chefe, Alexandre de Moraes afirmou em dezembro que lançará em breve um plano de redução de homicídios focado em ações policiais, sem a participação de pastas da área social. Entre as medidas estarão o aumento do tempo necessário para progressão da pena (atualmente, o condenado deve cumprir um sexto de sua punição para ir para outro regime; se cometeu crime hediondo, mas é réu primário, dois quintos; se já tivesse antecedentes, três quintos) e a intensificação do combate às drogas.
Guerra sem sentido
Com os massacres ocorridos em presídios, já são pelo menos 98 detentos mortos desde o começo de 2017. Conjugada com a ineficiência estatal, tudo indica que as execuções resultaram de conflitos entre as facções rivais que controlam paralelamente os presídios. Mas esses assassinatos em penitenciárias só continuam ocorrendo pela insistência na chamada guerra às drogas, que sobrecarrega o sistema carcerário, fortalece as organizações criminosas e não reduz o uso de entorpecentes.
Especialistas ouvidos pela ConJur acreditam que o cenário sanguinário, tanto dentro quanto fora das prisões, só mudará de verdade com a regulamentação de todas as drogas. Com isso, os entorpecentes não seriam mais considerados uma questão de segurança, mas um assunto de saúde pública, como já ocorre com o tabaco e o álcool.

Fonte: CONJUR

http://leodebone.jusbrasil.com.br/noticias/418690433/proposta-de-ministro-de-gravar-conversas-entre-advogados-e-presos-e-contra-a-lei?utm_campaign=newsletter-daily_20170113_4671&utm_medium=email&utm_source=newsletter

Calendario exame de Ordem 2017

OAB divulga calendário do Exame de Ordem para 2017

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José Fernando da Silva Jr., Estudante
há 7 horas
552 visualizações

Brasília – A Coordenação De Exame de Ordem divulgou na tarde desta terça-feira (13) o calendário para as três próximas edições do Exame de Ordem Unificado que serão realizadas em 2017. O XXII Exame de Ordem Unificado, primeiro a ser aplicado em 2017, terá o edital de abertura já no próximo dia 31 de janeiro, mesmo dia em que será aberto o prazo para as inscrições. Confira abaixo o cronograma dos três próximos exames de ordem unificados:
XXII Exame de Ordem Unificado
Publicação do Edital de Abertura: 31/01/2017
Período de Inscrição: 31/01/2017 a 10/02/2017
Prova Objetiva – 1ª fase: 02/04/2017
Prova prático-profissional – 2ª fase: 28/05/2017
XXIII Exame de Ordem Unificado
Publicação do Edital de Abertura: 30/05/2017
Período de Inscrição: 30/05/2017 a 09/06/2017
Prova Objetiva – 1ª fase: 23/07/2017
Prova prático-profissional – 2ª fase: 17/09/2017
XXIV Exame de Ordem Unificado
Publicação do Edital de Abertura: 19/09/2017
Período de Inscrição: 19/09/2017 a 29/09/2017
Prova Objetiva – 1ª fase: 19/11/2017
Prova prático-profissional – 2ª fase: 21/01/2018

Anatel diz que não pretende reabrir debate sobre limite na banda larga fixa

Anatel diz que não pretende reabrir debate sobre limite na banda larga fixa

Decisão que proibiu operadoras de cortar sinal após uso de franquia segue valendo, diz Juarez Quadros. A site, ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que internet limitada poderia voltar no segundo semestre.

O presidente da Anatel, Juarez Quadros (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)O presidente da Anatel, Juarez Quadros (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
O presidente da Anatel, Juarez Quadros (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Nove meses depois de proibir as operadoras de limitarem o acesso de seus clientes ao sinal de banda larga fixa, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz não ter intenção de reabrir o debate sobre a chamada franquia nos planos de internet. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (13) ao G1 pelo presidente da agência, Juarez Quadros.
“Não há por parte do Ministério e também da Anatel nenhuma intenção de reabrir a questão”, disse Quadros.
Ele destacou que a decisão cautelar que impediu o limite de acesso à banda larga fixa, tomada em abril e que continua em vigor, não tem prazo de validade. O presidente disse ainda que a agência reguladora não pensa em alterá-la.
Quadros fez as afirmações um dia depois de o site "Poder 360" publicar uma entrevista com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab. Na entrevista, Kassab afirmou que a Anatel e o governo deveriam tomar uma decisão sobre a franquia nos planos de internet até o segundo semestre de 2017 e que os pacotes de acesso limitado voltariam a ser liberados.
Após a decisão de impedir o limite da banda larga fixa, a Anatel abriu uma consulta pública para tratar do assunto. A partir dela, deve definir uma regulamentação para a prestação do serviço.
Equívoco
O presidente da Anatel disse que Kassab afirmou a ele ter cometido um "equívoco" na declaração feita ao site.
Ainda na quinta-feira (12), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações divulgou nota em que afirma que “o governo federal vai atuar para que o direito do consumidor seja respeitado e para que não haja essa alteração em observância do Código de Defesa do Consumidor.”
“O MCTIC aproveita para esclarecer também que os estudos, quando finalizados, podem indicar que o melhor modelo é o ilimitado, com isso governo federal deverá mantê-lo”, informou o ministério.
PolêmicaQuadros enfatizou que, apesar da discussão sobre limite para banda larga fixa ser tema de uma pré-consulta pública da Anatel, não há nenhuma previsão ou plano para que a agência volte a discutir o assunto.
No início de 2016, o anúncio da VIVO de que adotaria um limite para download no serviço de banda larga fixa deu início à polêmica. O ex-presidente da Anatel João Rezende chegou a anunciar que a era da banda larga sem limite estaria no fim, mas, após repercussão negativa, a agência mudou de atitude e decidiu proibir as empresas de determinarem limites para o serviço.
Atualmente, esse serviço é cobrado de acordo com a velocidade de navegação contratada, sem teto de uso da internet. O sistema que limita a quantidade de dados baixados, ou seja, que fixa uma franquia, já funciona na internet móvel, dos celulares.

Fonte: G1

Obra no Comperj deve gerar 23,3 mil vagas

Obra no Comperj deve gerar 23,3 mil vagas

O Globo, Ramona Ordonez, 13/Jan

A retomada do Comperj vai criar, no segundo semestre, 23.300 postos de trabalho, informa RAMONA ORDOÑEZ. A decisão da Petrobras de retomar as obras para a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, foi definida como "oxigênio para um paciente em estado terminal", segundo o novo prefeito do município, Sadinoel Souza (PMB). As estimativas, considerando dados da indústria e da prefeitura, indicam que as obras devem gerar cerca de 23.300 empregos, considerando postos de trabalho diretos, indiretos e os induzidos pelo efeito renda (o impacto na cadeia de serviços).
De acordo com o prefeito de Itaboraí, serão gerados 5 mil empregos diretos nas obras na região. O prazo previsto para a licitação, para a qual foram convidadas cerca de 30 empresas estrangeiras, é de cinco meses, mas Souza estima que o mercado de trabalho da região sentirá mais os efeitos no início do próximo ano. Nos cálculos do presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o setor de máquinas terá um impacto total de 18.300 postos de trabalho, considerando 2.300 vagas na fabricação direta de máquinas, 5.200 na produção de insumos para estes equipamentos e 10.800 nos serviços gerados para atender ao projeto.
IMPACTO POSITIVO NA ARRECADAÇÃO O efeito positivo pode ser maior. Segundo fontes próximas à estatal, será construída também uma Central de Utilidades, fundamental para fornecer as condições de infraestrutura para a UPGN, como abastecimento de água e energia. A Petrobras já ressaltou que a conclusão da UPGN não significa uma retomada do Comperj. Mesmo assim, para a UPGN serão necessárias obras como uma linha de gasoduto do litoral até o Comperj e do complexo até a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). As obras têm previsão de duração de dois anos e meio e custo estimado de R$ 2 bilhões. A unidade de processamento é considerada essencial para atender o gás que será produzido nos campos do pré-sal na Bacia de Santos.
- Espero que a Petrobras absorva a mão de obra de Itaboraí e dos 15 municípios da região que vai de Niterói, Araruama a Teresópolis. É oxigênio para um paciente em estado terminal. Vai ser um alento com o aumento da arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços). Anima um pouco, vai ajudar muito a cidade - destacou Sadinoel. O prefeito destaca que Itaboraí foi um dos municípios mais afetados pelo abandono do projeto, que é alvo de investigação por corrupção na Operação Lava-Jato. Atualmente, a cidade tem três mil salas comerciais vazias, prédios e empreendimentos abandonados.
Para o economista e professor da UFRJ Mauro Osório, se a estimativa da Abimaq se confirmar, a obra no Comperj será importante para recuperar parte dos empregos perdidos. Só com a desmobilização do complexo, em 2015, a área de construção civil em Itaboraí perdeu 12 mil postos de trabalho com carteira assinada naquele ano - quase 30% das 42 mil vagas formais destruídas no setor em todo o estado. Em 2015, Itaboraí encerrou o ano com perda de 15 mil postos de trabalho.
- É uma obra que pode gerar muito emprego, mas é uma recuperação apenas parcial - pondera o economista. Osório ressalta que o projeto já nasceu superestimado, com projeções iniciais de criação de 200 mil empregos. Apesar dos sinais favoráveis, o economista critica a ausência de empresas brasileiras no convite para a licitação. Segundo a Petrobras, algumas companhias ficaram de fora em razão de restrições à participação em licitações por causa da Lava-Jato.
Além dos empregos, a retomada de investimentos sinaliza ao mercado que a estatal está colocando a casa em ordem, avalia José Márcio Camargo, economista da PUC-Rio:
- A Petrobras é o maior investidor do país. Mas, nos últimos dois anos, com a dívida elevada, fez uma série de desinvestimentos. Agora, parece estar disposta a voltar a investir e ficar saneada. É um bom sinal para o futuro, principalmente para a economia do estado, que é bastante dependente dela.
A UPGN tem apenas 30% das obras concluídas. Os trabalhos foram interrompidos pelo consórcio QGIT (Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil) em setembro de 2015. Na primeira etapa foram gastos R$ 500 milhões e vários equipamentos estão armazenados no local. Segundo uma fonte, o processo de escolha da vencedora da licitação levará em conta qual proposta tem um grau maior de aproveitamento de equipamentos e gastos já realizados.
Velloso, da Abimaq, criticou a gestão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, alegando que muitas empresas já entregaram equipamentos, como os da UPGN e outros, que estão estocados, sem receber pelo serviço, que deveria ter sido pago pelas empresas responsáveis pela obra, a maioria delas envolvida na Lava-Jato.
- O presidente Pedro Parente diz que o problema não é dele, mas das empresas que compraram. O setor de máquinas e equipamentos investiu US$ 60 bilhões para atender à demanda do setor de petróleo do país.A Petrobras não pode jogar no lixo tudo que já foi feito no setor. Temos 1.500 associados e nenhum na Lava-Jato. - disse Velloso.